Ao contrário do que ficou
conhecido popularmente na internet, o físico Albert Einstein não tinha notas
baixas em seu boletim escolar. No sistema suíço de educação adotado pela Escola
Politécnica Federal de Zurich, a pontuação ia apenas de 0 a 6, sendo
1=inadequado, 2=insuficiente, 3=suficiente, 4=satisfatório, 5=bom e 6=excelente.
Olhando seu boletim, vemos que
ele teve nota mediana em francês, satisfatória em geografia, história e
ciências e notas máximas em álgebra, física e geometria.
Suas notas:
1. Alemão e Literatura = 5
2. Francês = 3
3. Inglês = sem nota
4. Italiano = 5
5. História = 6
6. Geografia = 4
7. Álgebra = 6
8. Geometria = 6
9. Geometria Descritiva = 6
10. Física = 6
11. Química = 5
12. História Natural = 5
13. Desenho Artístico = 4
14. Desenho Técnico = 4
Para refletir:
“Existe uma crença infundada
generalizada que se criou à volta do sucesso escolar de Albert Einstein, que é
de que ele seria um mau aluno nos primeiros anos. Existe alguma confusão entre
as ansiedades sentidas pelos familiares e alguns episódios de natureza
disciplinar e o real sucesso escolar de Einstein.
Clark, (1980, p.27) refere neste
aspecto que
“os familiares até acreditavam
que ele poderia ter algum tipo de dislexia”.
No entanto, Pais (1995, p.45)
refere que
“O menino inicialmente lento
tornou-se o melhor aluno na escola (a crença generalizada de que era um aluno
fraco é infundada) (…)”.
A prova que a educação formal de
Albert correu bem desde cedo é patente na carta escrita por Pauline Einstein a
1 de Agosto de 1886 à mãe (Jette Koch) em que dizia:
“Ontem Albert recebeu as notas;
foi novamente o melhor, o boletim é brilhante” (Pais, 1995, p.43).
Se para a Matemática e para as
ciências naturais ele era mais do que bem dotado, possuidor de grande intuição
e habilidade lógica, para as disciplinas que exigiam capacidade de memória as
suas aptidões escolares não eram tão grandes. Geografia, História e Francês
constituíam obstáculos quase intransponíveis. As áreas que tinham um caráter
mais físico como a ginástica e o desporto eram-lhe naturalmente antipáticas.
”Sim, é verdade. Mas sentas-te na
última fila e sorris, o que contraria o sentimento de respeito que um professor
deve incutir nas suas aulas”
De acordo com Fölsing (1997, p.
28) a sua atitude na vida ter-lhe-á provocado problemas precisamente com o
diretor da escola, que o terá convocado para uma reunião e terá declarado,
entre outras coisas, que o seu desinteresse pela sua disciplina e a sua forma
de estar na aula era uma falta de respeito pelo professor da disciplina, e que
a sua presença era um péssimo exemplo para os outros alunos. Encerrando a
reunião, o professor disse que a Albert que nunca chegaria a servir para o que
quer que fosse.
Independentemente do sucesso ou
insucesso escolar que tenha tido uma questão é certa: Albert não gostou da
escola. Sobre esses tempos costumava dizer que (Frank, 1953, p.11):
“Os professores da escola
primária pareciam sargentos, e os do Gymnasium pareciam tenentes”.
Aos quinze anos Einstein abandona
o Gymnasium e parte para Milão, onde os pais se encontram agora a viver. Um ano
depois o pai comunica-lhe que não lhe pode dar mais dinheiro, pois a fábrica
que agora possuía estava, mais uma vez, à beira da falência. O pai ter-lhe-á
dito:
“É preciso que escolhas uma profissão
qualquer, o mais rápido possível” (Levy, 1980, p.24)
Foi então que Albert decidiu ser
físico, mas não tendo o diploma do Gymnasium completo, não podia entrar na
universidade. Podia, no entanto, freqüentar um instituto técnico e Einstein
escolheu o de maior renome da Europa Central, a Escola Politécnica Federal
(Eidgenössische Technische Hochschule) , a ainda hoje famosa ETH, em Zurique
(Suiça).
Apesar de estar dois anos
adiantado em relação à idade regulamentar e não tendo concluído o secundário teve
que pedir uma admissão à instituição para a qual foi apadrinhado por Gustav
Mayer, um amigo da família Einstein. A 25 de Setembro, Mayer recebeu uma
resposta de Albin Herzog que dizia o seguinte (Carvalho, 2002, p.31):
“Em resposta ao seu requerimento
do dia 24 do presente mês, desejo informá-lo de que: de acordo com a minha
experiência, não é recomendável retirar um estudante da instituição onde ele
iniciou os seus estudos, mesmo que seja aquilo vulgarmente se designa como uma
“criança prodígio”. Neste caso particular, o meu conselho é que persuada a
pessoa em questão a completar o curso de estudos na sua instituição atual e a
realizar os exames de matura. Se o senhor, ou os familiares do jovem em causa,
não partilharem da minha opinião, eu permito – sob dispensa excepcional da
idade estipulada – que realize o exame de admissão à nossa instituição (…)”
Nessa primeira tentativa de
admissão (Stachel, 1987, p.10-11) reprovou na componente de conhecimento geral
(provas orais de História Política, História da Literatura, Ciências Naturais e
Alemão). Conseguiu no entanto impressionar o júri da componente de conhecimento
específico (provas orais de Aritmética, Álgebra, Geometria, Geometria
Descritiva, Física, Química e Desenho Técnico) em particular pelo seu desempenho
a Física. Relativamente à sua reprovação Einstein diria mais tarde (Carvalho,
2002, p.31):
“ (…) Este exame deu-me a prova
dolorosa do caráter lacunar da minha formação anterior, apesar de o júri se ter
mostrado benevolente e paciente.”
Não deixa de ser impressionante
que o jovem admitido a exame como “criança prodígio” em função das prestações
ao longo do percurso escolar (Carvalho, 2002, p.31) tenha impressionado
Heinrich Friedrich Weber de tal modo que este o tenha convidado a assistir às
suas aulas de Física independentemente da sua admissão, o que era algo
interdito à data (Stachel, 1987, p.11). Einstein, no entanto, não o viria a
fazer a não ser quando já era aluno do ETH.
O director da ETH aconselhou
Albert a freqüentar uma escola cantonal em Aarau, próxima a Zurique, para
concluir o ensino secundário, o que lhe daria o direito de freqüentar a ETH, ou
a universidade.
Em 1895, tendo ido para Aarau
estudar, um Einstein de dezesseis anos encontrou a felicidade no ambiente livre
e motivador da escola cantonal.
Pela primeira vez surgiu-lhe uma
questão recorrente para a qual nem ele, nem o professor de Física tinham
resposta: queria saber o aspecto que teria uma onda luminosa para alguém que a
observasse viajando com a mesma velocidade! Este problema voltaria à baila
quando Einstein formulou a teoria da relatividade.” Esse texto
foi extraído na íntegra do artigo O Jovem Einstein de Luiz Carlos .
Com a palavra Albert Einstein:
“Não quero ser um gênio, já tenho
problemas suficientes ao tentar ser um homem.”
“Se um dia tiver que escolher
entre o mundo e o amor…Lembre-se.Se escolher o mundo ficará sem o amor, mas se
escolher o amor com ele você conquistará o mundo.”
Nem tudo que se enfrenta pode ser
modificado, mas nada pode ser modificado até que seja enfrentado.”
“A percepção do desconhecido é a
mais fascinante das experiências. O homem que não tem os olhos abertos para o
misterioso passará pela vida sem ver nada.”
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